Se você for a Milão é bem provável que alguém que já conhece diga: “não tem nada pra fazer e é caro”. E eu vou dizer: “é mentira”! 🙂

Milão foi a minha última parada na Itália, em uma viagem que durou 19 dias, e a escolha não podia ter sido mais acertada. A capital da moda oferece tudo ao mesmo tempo: o charme antigo do centro, as atrações turísticas, a modernidade de uma cidade grande, um sistema de metrô impecável – pra quem já cansou de tanto caminhar – e uma infinidade de bares, restaurantes, lojas, galerias e ateliês. Fiquei quatro dias na cidade e estava preocupada que seria tempo demais, afinal, ouvi de praticamente todos os amigos que tinham ido pra lá que “não tinha nada pra fazer”. Mas tem. E muito! Separei aqui algumas dicas de lugares e do que fazer em Milão.

:: Duomo e entornos: pra conhecer os cartões postais clássicos da cidade é so chegar – a pé, de metrô, de bus, de tram – na Duomo di Milano. Dá pra subir no alto dela, depois descer e conhecer o interior. Na saída, sugiro ir conhecer a galeria Vittorio Emanuele II e, ao final dela, chegar na Piazza della Scala, onde está o Teatro alla Scalla. Depois disso, minha sugestão é ir se afastando da Duomo, caminhando pela Via Dante até o Castello Sforzesco, se permitindo dar uma quebradinha nas transversais. Foi numa dessas que encontrei o restaurante Luna Rossa (via Broletto, 26), com pizzas e massas inacreditavelmente sabororsas e muito muito baratas.

:: Luini: essa dica na verdade é um repasse (créditos para a Aline Bonotto Hoffmann Paim). Foi em Milão que eu conheci o panzerotto. É como se fosse um  pastelzinho, só que de massa de pizza. Pode ser salgado ou doce, frito ou assado. Para provar essa delícia vá ao Luini (via Santa Radegonda,16), que existe, apenas, desde 1888. Eu indico os panzerotti fritti de Pomodoro e Mozzarella e de Prosciutto e Mozzarella.

:: Navigli: gostei de Milão logo de cara, mas foi quando conheci esse bairro que me apaixonei de vez. Longe do centro da cidade, mas com um acesso facílimo, por qualquer meio de transporte, está o bairro Navigli. Quando se chega aí dá até pra pensar que você está em Veneza. É um bairro cortado por canais que, veja bem, foram projetados por Da Vinci, pra ligar o lago Como e os rios Po e Ticino ao centro de Milão. Ao longo dos canais há uma infinidade de barzinhos, restaurantes, tratorias e dá pra escolher se você quer entrar em algum lugar ou sentar pela rua mesmo pra degustar o trago e a comidinha. Pra chegar lá eu usei o metrô: pegue a linha 2 (verde) e desça na estação Porta Genova. Saia pela via Vigevano e vire à direita na via Corsico. Tive uma ótima experiência no Locandina Dei Navigli (via Di Porta Ticinese 21) e recomendo! Vá preparado para a muvuca e pra esperar bastante, dependendo da época. É demais!

:: Especialidade Cotoletta: continuando o turismo gastronômico, tem que provar a cotoletta, um prato típico milanês. É na verdade o bife à milanesa que já conhecemos só que muito maior, muito mais fininho e macio. Dá pra pedir na versão tradicional (essa da foto), mas tem mais mil opções de cobertura e acompanhamento, incluindo o risoto milanês. Eu comi no La Cotoletta (Corso Giuseppe Garibaldi, 11), no bairro de Brera.

:: Brera: Descobri que estava em Brera depois de ter ido ao restaurante citado acima. Depois da janta resolvemos caminhar e aí descobrimos uma enorme quantidade de barzinhos e restaurantes e as lojas mais descoladas da cidade. Fui pesquisar e descobri a história do bairro no blog Milão nas Mãos (veja aqui). Minha dica: vá num final de tarde pra começar com um aperitivo e depois fique pra jantar!

:: Quadrilátero da moda: é bem provável, muito provável, que você não vá comprar nada aí, mas vale ir pra babar nas vitrines, não pelos produtos, mas pela exposição, pela arte mesmo. A região é delimitada pela via della Spiga, via Montenapoleone, via Manzoni e Corso Venezia. Para ir até lá, use o metrô e desça na estação Montenapoleone.