5 motivos para amar a vida em Buenos Aires

Porteños me ensinaram a apreciar coisas simples da vida. Um café, uma siesta, um passeio no parque, uma charla com amigos. Não precisa mega produção para sair pra jantar, tudo bem você ir com a roupa confortável/pijama até o kiosko da esquina ou o Chino mais próximo. Eles sabem estar à vontade no lugar que escolheram para viver.

Conheci Buenos Aires como turista, em setembro de 2011. Ao voltar para casa, senti saudades imediatas. Saí da capital argentina pela manhã e à tarde, já em Porto Alegre, sonhava em estar tomando um café em qualquer uma das esquinas incríveis daquela cidade.

Voltei várias vezes à cidade a partir de 2012 e, em mais de dez viagens à Capital, pude ter noção da imensidade do lugar, conviver em família, conhecer pessoas e entender o que mais me apaixona aí: a maneira de viver. Entre vários no meu coração, escolhi para contar aqui 5 motivos para amar a vida em Buenos Aires – e que me fariam mudar para lá amanhã. Ou hoje mesmo.

1. Na rua, até mais tarde

É meio patético, mas uma das primeiras coisas que me chamou a atenção é a quantidade de gente nas ruas. Não só de dia, principalmente ao entardecer e até à noite. E não é que não haja problemas de segurança, mas os porteños têm uma relação com o espaço público diferente da nossa em grandes cidades no Brasil. Você vai ver gente bebendo em alguma praça (ou comendo sushi e tomando vinho), gente tirando uma siesta na Plaza San Martin depois do almoço, crianças brincando na rua às 20h no inverno, gente na parada de ônibus indo pra balada tarde da noite. Nem preciso dizer que em vários lugares aqui no Brasil isso vai ser ou coisa de louco ou de vagabundo (imagina dormir na praça!).

2. Carro pra quê?

Já que falei do bus pra ir pra balada, aí está outra coisa que me encanta. No início achava estranho ver jovens indo pra noite e gente mais velha pegando bus na saída do restaurante em Puerto Madero para voltar pra casa. Preconceito bem brasileiro. Mas é assim que funciona. Não precisa tirar o carro da garagem pra qualquer voltinha. Por sinal, trânsito é uma das coisas que o porteño menos gosta. Experimente uma carona com algum deles em um dia em que a onda verde (todos os semáforos no verde) está mal sincronizada e eles têm que parar a cada duas quadras. Afinal, para que perder tempo dentro de um carro fechado? Procurando lugar para estacionar? Escolha uma linha de subte ou um colectivo e seja feliz! Vá viver a cidade logo!

3. Menos ostentação. Mais diversão.

Porteñas e porteños conseguem ser fashion e estar à vontade ao mesmo tempo. Você nunca vai ver uma menina com um vestido justo quase sem respirar, puxando ele para baixo o tempo todo e um salto em que não consegue se equilibrar. Meninos com cabelo alinhadinho, roupas super justas também não rola. Menos ostentação e mais diversão. Em Palermo ou em Puerto Madero, vi da camisa bonitinha ao moletom, do salto alto à rasteirinha, sem ninguém olhar torto. De novo: vá viver a vida! Dê atenção ao que realmente importa: ser feliz 🙂

4. Asado e amigos

A facilidade com que se arma um encontro de amigos para um asado é algo que me impressiona. Uns telefonemas, uma ida ao super para comprar os itens do asado,  da ensalada con salsa criolla, uma garrafa de fernet e outra de coca e listo! É conversa que não tem fim. Se o tema for política é um espetáculo à parte. Para quem está aperfeiçoando o idioma, um belo exercício!

5. Castellano

Soa lindo, tem ritmo, emoção. Fora isso é bonito ver como tem palavras iguais ou muito similares ao português, mas que deixamos de usar por serem bastante formais. O espanhol nos faz lembrar do português na sua forma mais bonita, mais limpa e sem vícios. “Si no me equivoco”, “Estoy seguro”, “Tengo ganas”.

Sim, há um quê de apaixonado nesse meu post. Totalmente apaixonado. Então ele é, sim, só sobre (algumas das) coisas lindas que eu percebi nesse lugar incrível. Buenos Aires é um lugar para se permitir rever conceitos e preconceitos. É a minha dica para quem vai a Buenos pela primeira vez: vá de coração aberto.

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