Quem gosta de viajar sabe: depois da primeira vez que se coloca o pé na estrada (ou no aeroporto) não dá pra parar. Sempre se quer mais! E foi assim que acabei conhecendo Montevideo. Já tinha feito, em maio deste ano, uma viagem a NYC e achei que ia parar por aí em 2014. Mas foi só ter uma brecha na agenda, um maravilhoso companheiro de viagem e muita vontade de cair na estrada para ir até a capital uruguaia. Viajamos, Gui e eu, em outubro. Por conta da época, não encontramos a cidade lotada, muito menos as estradas para chegar até lá, já que fomos de carro. Ainda assim, nos pontos mais turísticos, escutamos vários idiomas diferentes pelas ruas. Ficamos em Montevideo apenas 4 dias, então organizei em tópicos algumas dicas para quem vai conhecer a cidade em pouco tempo.
:: Indo de carro: Saímos de Porto Alegre e entramos no Uruguai pelo Chuy. Passando a fronteira a estrada é incrível, em ótimas condições e a velocidade permitida é 110 km/h – dizem que é bom não ultrapassar o limite em função do policiamento, mas nós tivemos sorte e pegamos a estrada livre, tanto de carros quanto de policiais. Quando você passa o Chuy, pega a Ruta 9. Para ir a Montevideo, decidimos seguir por ela até o final e depois pegamos a Ruta Interbalneária. Até a entrada de Montevideo são 3 os pedágios da Interbalneária (pagamos 60 pesos cada, mais ou menos 6 reais), por isso é bom levar um pouco de pesos em cash. Também é possível, em determinado ponto da Ruta 9, acessar a Ruta 10 em vez de continuar. Essa vai pelo litoral, passando por praias como La Paloma, Cabo Polonio e Punta del Este. No entanto, se você vai até Montevideo eu não recomendo, pois o trajeto é mais longo e ainda há uma travessia de balsa no meio, em Laguna Garzon.
:: Carta Verde: se você vai de carro precisa da Carta Verde. É o seguro obrigatório para automóveis registrados no país de origem, que estejam em viagem internacional pelo Mercosul. É simples de conseguir, basta falar com a seguradora do seu carro e tem validade durante o seu período de viagem.
:: Moeda e câmbio: leve um pouco de pesos na chegada, para as despesas iniciais, e deixe para trocar o restante lá. Na avenida 18 de julio, no centro da cidade, tem uma casa de câmbio ao lado da outra, e todas exibem a cotação em painéis. Em uns 20 minutos de caminhada você pesquisa, compara e compra.
:: Onde se hospedar: Considero Pocitos e Punta Carretas os dois melhores lugares para se hospedar na cidade. Explico: nestes lugares todos os hotéis ficam próximos à Rambla, a restaurantes e ao comércio (farmácias, mercadinhos e lojas). Há uma grande variedade de hotéis na cidade então, mesmo bem localizado, você pode escolher o que fica melhor para o seu budget de vaigem. Se for de carro, é importante verificar se o hotel oferece vaga de garagem. Em caso negativo, é possivel deixar em garagens de postos de gasolina ou até mesmo na rua.
:: Atrações turisticas: Nós dividimos os pontos turísticos por regiões e fizemos em dias diferentes, mas é bem possível fazer tudo em dois dias, se você está afim de uma viagem mais acelerada. No centro está a maior parte das atrações conhecidas. Minha sugestão é começar pela Plaza Independencia. A partir dela você pode caminhar toda a 18 de Julio, a avenida principal da cidade e conhecer monumentos e atrações como a Fuente de Los Candados (onde estão os cadeados dos apaixonados) e um mirante no topo do edifício da Prefeitura. Voltando à Plaza Independencia, pro outro lado, tem o lindo Teatro Solís (fique atento aos horários das visitas guiadas, a gente não conseguiu visitar).
Depois de visitá-lo, passe pela Puerta de la Ciudadella e comece a caminhar pela calle Sarandi, uma rua peatonal (de pedestres) que corta o bairro antigo Ciudad Vieja. Dê uma paradinha para descansar na charmosa Plaza Constituición. No final da calle Sarandi, dando uma quebradinha à direita, você chega no Mercado del Puerto.
Aos domingos acontece na rua Tristán Narvaja a Feria Tristán Narvaja, uma feira de antigüidades e tudo mais que você possa imaginar. É meio muvucada (mais do que a feira de San Telmo em Buenos Aires, que é do mesmo estilo), mas vale para dar uma olhada no povo local e em algumas tendas de antigüidades, de artesanatos e de queijos!
Saindo da parte histórica, recomendo uma caminhada pelo Parque Rodó, em Punta Carretas, descendo até a Rambla para caminhar em direção à Playa de Pocitos. É uma delícia caminhar à beira do Rio de La Plata e, se você quiser, dá pra alugar uma bici pra aproveitar ainda mais. A cidade tem alguns pontos de aluguel de bicicletas públicas, mas pelo que vi funciona só para locais. De qualquer forma, há vários serviços de aluguel de bikes pela cidade. No hotel vão saber te informar 🙂 Entre Pocitos e Buceo está o famoso letreiro gigante de Montevideo. Vale uma fotinho por lá.
:: Para comer e beber muito bem: O Mercado del Puerto, no centro da cidade, é o paraíso pra quem aprecia uma boa parrillada. São vários restaurantes, um ao lado do outro, e dá pra dar uma espiada na parrilla pra decidir onde você vai ficar. O mais famoso é o El Palenque, mas nós escolhemos o La Chacra del Puerto como nosso favorito! Experimente, se puder: Ojo de Bife, Entrecot, Morrón Relleno, Morcilla, Chorizo, Asado de Tira, Provoleta, Tapa de Cuadril.. e por aí vai! Sempre acompanhado do saboroso chimichurri. Para beber recomendo as cervejas feitas lá mesmo, em especial a Pilsen Bajo Cero, e o Medio y Medio, uma bebida que mistura espumante e vinho branco – é super doce, é mais por experimentar mesmo. Punta Carretas é outro pólo gastronômico, com vários lugares charmosos. Adoramos o Mamma Nostra (fomos duas vezes), que além da culinária italiana tem uma parrilla sensacional.
:: Os horários uruguaios: Algo maravilhoso sobre os hábitos uruguaios é que tudo vai até mais tarde. Ter saído pra jantar às onze da noite, certo dia, perto do hotel, foi uma mega surpresa. Chegamos no restaurante e encontramos famílias com crianças, casais, sem contar os que chegaram depois da gente. No Mercado del Puerto, ao meio-dia, encontramos tudo vazio. O movimento maior começa às 15h. Não precisa correr pra almoçar, nem pra jantar, nem pra tomar café da manhã! Dá pra dormir até mais tarde, ou seja, é uma maravilha.
:: Use cartão de crédito: Normalmente evita-se usar o cartão em viagens por conta do IOF alto, certo? Pois no Uruguai você DEVE usar o seu. Isso porque, desde 2013, ao pagar em bares e restaurantes com cartão de crédito estrangeiro você é reembolsado, no ato, em 18,5%, relativo à isenção de IVA (Imposto de Valor Agregado). O IVA é de 20%, mas 1,5% é retido para pagar custos de processamento. Acaba compensando o que se paga de IOF. Mas atenção, só se aplica para estes serviços. Outras compras não têm essa vantagem.